Especial

Por que investir?

Por que investir em imóveis?
O brasileiro continua aplicando seu dinheiro em imóveis. É fácil constatar que esse é o maior mercado para investimentos no Brasil. Desde o investidor pequeno, dono de um modesto patrimônio a um mega-investidor da Bolsa de Valores, todos possuem ativos no mercado imobiliário. Quando a fortuna dos ricos e famosos vira alvo da curiosidade dos jornalistas, a maior parte do dinheiro está materializada sob a forma de tijolo e cimento. Todo mundo investe em imóveis.

Até aí nenhuma novidade. Com o aumento da população das cidades, houve uma enorme demanda por moradia nos últimos 50 anos e paralelamente ao fantasma da inflação, o investidor brasileiro sempre deu preferência para esse tipo de ativo na hora de escolher o destino de suas economias.

Bom ou mau negócio?
Mas será que hoje em dia ter uma carteira de imóveis é um bom negócio? Nos últimos anos, o mercado imobiliário deixou de ser um espaço para amadores e tornou-se cada vez mais um campo altamente disputado, em que poucos conseguem de fato ganhar dinheiro. Bem poucos.

Aplicar em imóveis, mesmo com suas grandes particularidades, exige tanto trabalho e pesquisa quanto investir na Bolsa. O mercado passou por uma forte mudança nos últimos anos e apenas os mais qualificados conseguem identificar as boas oportunidades.

Segurança para seu dinheiro
Mesmo com todos esses entraves, até os consultores financeiros mais agressivos sugerem que uma certa parcela de seu patrimônio deve ser aplicada em ativos imobiliários. Apesar da baixa liquidez e da pequena rentabilidade, os imóveis ainda constituem um porto-seguro para o seu dinheiro. São uma estratégia para preservar suas economias dos períodos de alta inflação e de política do governo que prejudicam os investimentos em renda fixa.

 

 

Rentabilidade

Rentabilidade
Imóvel não é o tipo de investimento mais rentável do mercado. Nos últimos anos, aplicações em renda fixa e até mesmo as ações da Bolsa superaram os imóveis no que diz respeito à rentabilidade. A baixa demanda pelo aluguel de apartamentos e os altos juros da Economia atuaram contra essa modalidade de investimento. Além disso, nos últimos dez anos a inflação foi pequena, e dessa forma, os imóveis não apresentaram grande vantagem no quesito segurança.

Ainda assim, aplicar em imóveis é uma forma segura de preservar seu dinheiro. O investimento sob a forma de tijolo e cimento é a alternativa mais clássica para proteger seu dinheiro da inflação e das turbulências econômicas. Somando segurança e rentabilidade, a parcela do seu patrimônio destinada a ativos imobiliários não pode representar a maior parte. Pelo fato da rentabilidade ser baixa, os imóveis não devem passar dos 40% de suas economias.

Existem duas fontes de renda para o proprietário de um imóvel. A primeira dela é o ganho com os aluguéis. Nas principais cidades brasileiras, como São Paulo, o valor do aluguel em relação ao preço do imóvel dificilmente passa de 0,7%. O normal é encontrar valores entre 0,5% e 0,6%. Claro que os imóveis menores, bem localizados e em bom estado de conservação podem render aluguéis maiores no final do mês. Alguns deles podem chegar a quase 1%. Mas são raros os casos.

Por sua vez, a segunda fonte de ganhos no mercado imobiliário é a valorização das propriedades. Mas ganhar dinheiro com isso é assunto para profissionais. Além de exigir um horizonte de investimento muito grande, para ter sucesso no futuro a partir de especulações é preciso ter um bom conhecimento do mercado. Mesmo com toda a dificuldade, é possível identificar boas oportunidades e fazer bons investimentos.

Luz no fim do túnel
De acordo com especialistas da área, a performance do mercado imobiliário deve melhorar nos próximos anos. Com a queda dos juros, promessa feita na campanha do atual governo, a tendência é que a economia volte a crescer e mais pessoas tenham a possibilidade de adquirir a casa própria.

Nesse sentido, o que aumenta é o preço das propriedades. Os proprietários ganham com a valorização de suas propriedades. Outro efeito da redução dos juros é que o dinheiro fica mais barato. As famílias passam a pagar taxas menores nos financiamentos imobiliários, o que ajuda a aumentar o volume de crédito concedido pelos bancos. Mais gente comprando no mercado significa aumento de preços das unidades imobiliárias.

Riscos

Riscos
Se você pensa que imóveis não apresentam risco algum, aqui vão alguns alertas. Como a maioria dos investidores busca nos imóveis a segurança, é preciso elaborar estratégias para diminuir os riscos do seu investimento. Já que a rentabilidade é geralmente baixa, não faz sentido correr grandes riscos nessa modalidade de investimento. Caso contrário, vale mais colocar todo o seu dinheiro na bolsa de valores.

Perigos pela frente
Por ser uma aplicação de longo prazo para a maioria dos investidores, o mercado imobiliário apresenta maior lentidão e maior previsibilidade em relação a outros tipos de ativos. Ou seja, demora-se mais para ganhar dinheiro e é possível abandonar o barco nos primeiros sinais de naufrágio. O principal risco desse mercado está fortemente associado às características da localização de um imóvel.

Desconsiderando catástrofes econômicas, o único jeito de perder dinheiro é quando a região onde se localiza um imóvel se desvaloriza. Geralmente esse processo (também lento) ocorre em função de políticas públicas. O mercado apenas se ajusta às medidas tomadas pelo governo.

Existem muitos fatores que desvalorizam uma região. Uma das medidas que tem uma influência altamente negativa numa área urbana é a “mudança” do Poder Público. Quando a prefeitura ou o governo do estado decide instalar-se num outro bairro, ocorre uma grande desvalorização dos imóveis do entorno, que até então estavam vinculados às atividades burocráticas do Estado. O mesmo pode acontecer quando é o próprio Governo Federal que vai embora. Basta lembra do processo ocorrido no centro do Rio de Janeiro, após a mudança da capital para Brasília.

Outro problema são as obras públicas construídas por gestões irresponsáveis, que visam apenas corrigir distorções urbanas específicas, sem pensar na cidade como um organismo só. É o caso das estradas urbanas elevadas, como o Minhocão de São Paulo. A construção de terminais e corredores de ônibus tradicionais também ajudam na degradação de uma área urbana.

Invasões
O problema das invasões, principalmente a de grandes terrenos nas maiores cidades brasileiras, é talvez o mais sério enfrentado hoje em dia pelos investidores. Invasões também podem acontecer em imóveis vazios, e são mais comuns do que se pensa.

Ainda assim, em função da lentidão da Justiça, muitos proprietários têm tido problemas seríssimos com a ocupação ilegal de seus imóveis. São questões que, na maioria das vezes, dificilmente serão resolvidas. A possibilidade de retirar moradores ilegais de seu terreno é mínima. Nesse caso, a recomendação é prevenir que a invasão seja concretizada.

Liquidez

Liquidez
Não dá para tratar de uma liquidez uniforme para o mercado imobiliário. Naturalmente alguns imóveis são mais líquidos que outros, isto é, são transformados em dinheiro vivo com maior facilidade. E quando o assunto é investimento, a liquidez desempenha um papel mais que importante. E não é só na hora de vender seu imóvel. Uma propriedade que é facilmente vendida também é facilmente alugada. Veja quais são os imóveis menos líquidos do mercado e os cuidados a serem seguidos ao investir seu dinheiro.

Imóveis rurais versus urbanos
As propriedades no campo são as menos líquidas do mercado. As negociações envolvendo fazendas, sítios ou ranchos no interior são bem demoradas e custosas. Não é sempre que temos tempo para procurar uma fazenda nova. Quem está pensando em adquirir uma propriedade no campo terá que passar horas na estrada em busca de oportunidades e gastará um enorme tempo e muito dinheiro com gasolina. Ele pensará duas vezes antes de sair de casa para visitar suas terras. É bem diferente do que ocorre com um apartamento na cidade.

E de fato, se você não é ligado à atividade de agribusiness, não faz sentido investir numa propriedade rural. Se você não estiver na fronteira agrícola, será preciso esperar meses, ou anos, para vender o seu imóvel. E não se esqueça que durante uma desaceleração econômica esse tempo pode ser ainda maior.

O mesmo ocorre com imóveis para lazer. Na hora de vender, serão bem poucos os compradores com potencial. Essa categoria de imóveis deve ser encarada mais como gasto do que como investimento. O tempo levado para negociar uma casa na praia pode ser bem grande e se você estiver precisando de dinheiro naquele momento, será preciso fazer um bom desconto para fechar negócio.

Imóveis de luxo versus populares
Vender uma casa grande é mais difícil do que vender uma casa pequena. Existem muito mais compradores interessados num apartamento de dois dormitórios num bairro de classe média do que famílias procurando residências de cinco suítes com piscina em regiões nobres da cidade. As placas de “vende-se” ou “aluga-se” costumam permanecer muito mais tempo nas fachadas de casas de alto padrão do que nos edifícios de apartamentos populares.

Claro que em algumas cidades, onde não há mais espaço para novos empreendimentos, imóveis de luxo podem ter uma liquidez extraordinária. Encontrar um bom imóvel em Nova York ou em Londres chega a ser desgastante. O mesmo ocorre no Rio de Janeiro. São poucas as ofertas no mercado e é necessário pagar uma elevada quantia aos corretores. Há histórias de clientes que travaram uma verdadeira batalha para fechar negócio em residências de mais de um milhão de dólares.

No Brasil são poucos os locais com essas características. Se você está pensando em investir, prefira imóveis mais líquidos, especialmente se depender deles para sua aposentadoria. Imóveis menores são a melhor opção. É mais interessante ter uma carteira com vários imóveis do que apenas um de alto padrão. Além de mais lucrativa, essa alternativa será mais bem-vinda quando você precisar transformar seu imóvel em dinheiro vivo.

Custos

Custos
Por envolverem uma grande quantia de dinheiro, as transações imobiliárias são demoradas e caras. Os custos são elevados não em termos relativos, mas em termos absolutos. Percentualmente eles podem não representar muita coisa. Mas quando as contas são feitas, esses gastos chegam a comprometer boa parte do lucro dos proprietários ao vender um imóvel. Ou em alguns casos, aumentar o prejuízo.

Dessa forma é importante estar atento aos custos envolvidos numa transação imobiliária. Ao avaliar um imóvel, o proprietário precisa incluir nos cálculos as despesas que serão realizadas na venda da propriedade. Eles podem ser cruciais para saber se houve lucro ou prejuízo na operação.

Corretagem
Talvez a maior despesa com a venda de um imóvel seja o valor pago à corretora que se encarregou do negócio. É por esse motivo que muitos proprietários resolvem tentar negociar seus imóveis por conta própria. Em geral, essas empresas cobram pela transação entre 4% e 8% sobre o valor do imóvel. E é claro que quem arca com os custos são os proprietários.

Em alguns países a corretagem é paga pelo comprador. Em São Paulo, como a oferta supera a demanda nesse mercado, quem sai perdendo são os vendedores. Se o valor do imóvel vendido for de R$ 100 mil, o proprietário receberá no máximo R$ 96 mil. O restante vai para a conta da corretora imobiliária. Lembre-se de que quanto menor for o valor do imóvel, maior é a corretagem. E quanto maior o valor do imóvel, menor será o percentual da corretagem.

Impostos
Numa operação de venda, o dono do imóvel precisa ainda pagar aos cofres estaduais cerca de 2% sobre o valor do imóvel. Trata-se do imposto sobre a venda de propriedades. Naturalmente, como a cobrança é estadual, essa taxa varia de estado para estado. Os 2% são referentes a São Paulo. No caso da propriedade acima, são mais R$ 2 mil que o vendedor deixa de lucrar. O valor recebido cai para R$ 94 mil.

Despesas com cartório
Além das duas despesas já mencionadas, o dono do imóvel não pode esquecer de que terá que gastar ainda mais com o cartório. São inúmeras taxas que precisam ser desembolsadas para registrar as transações de propriedades. O problema é que é difícil calcular todas essas despesas cartoriais. O que se pode afirmar é que as despesas giram em torno de 0,5% do valor da propriedade.

Fundos Imobiliários

Como funcionam os fundos imobiliários?
Esses fundos, já são bem conhecidos na Europa e nos EUA, investem diretamente a maior parte do dinheiro de seus cotistas em ativos imobiliários. No Brasil eles foram criados em 1993 e já existem mais de 60 fundos, alguns deles inclusive negociados na Bolsa. Os fundos são uma espécie de condomínio de investidores e são administrados por instituições financeiras, além de serem fiscalizados pela CVM, Comissão de Valores Mobiliários.

De acordo com a legislação, os fundos são obrigados a investir no mínimo 75% em bens imobiliários. O restante é aplicado em renda fixa, dando maior liquidez ao negócio. Os ativos imobiliários podem ser tanto conjuntos comerciais, hotéis, escolas, hospitais, shopping centers e até galpões de logística.

Rentabilidade
A maior vantagem desse tipo de investimento não é propriamente a rentabilidade. Como as receitas dos cotistas são originadas dos aluguéis das unidades que o fundo possui, não é possível fazer milagre. A rentabilidade é mesmo baixa. A maior virtude dessa modalidade é a segurança. Por investir em imóveis, esses fundos apresentam certas vantagens em relação a outras opções disponíveis no mercado, como os fundos de renda fixa ou aqueles que aplicam em ações, sujeitas à oscilação do mercado.

Então por que comprar cotas de um fundo ao invés de investir num imóvel por conta própria? Existem três vantagens ao comprar cotas de um fundo imobiliário. A primeira é que a preocupação com a manutenção do imóvel e as burocracias ao lidar com inquilinos e receber aluguéis são eliminadas. A segunda vantagem é que muitos fundos investem em vários tipos de imóveis, o que dilui o risco do negócio e, além disso, o valor dos aluguéis é dividido entre o cotistas.

Mesmo pagando uma taxa de administração para a instituição financeira, não se pode esquecer de as despesas quando se administram imóveis por conta própria também são altas. Por fim, a última vantagem de adquirir cotas de um fundo é a liquidez. Esse é um tema ainda delicado nesse tipo de investimento, mas a sua situação no Brasil tem mudado.

Liquidez dos fundos
Até então, devido à sua solidez e relativa rentabilidade, os fundos imobiliários eram elogiados pelos analistas de investimentos. Mas quando a liquidez era o objeto da análise, surgiam as críticas contra essa alternativa de aplicação. O mercado não estava bem organizado e quem desejasse vender ou comprar uma quota enfrentava dificuldades, tanto para estabelecer preços, como para encontrar potenciais compradores.

Hoje em dia existem alguns fundos com cotas listadas na Bovespa, a Bolsa de Valores de São Paulo. Esses papéis funcionam como qualquer outra ação negociada no pregão. Nesse sentido, há maior liquidez para os ativos. Nos EUA, mais de 70% dos 300 fundos imobiliários são listados na Bolsa. No Brasil o primeiro papel a entrar no pregão é o do fundo Europar, que investe seu patrimônio em galpões ligados à atividade de logística em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Imóveis residenciais

Imóveis residenciais
Alugar imóveis que servirão de residência a uma família é a maneira mais clássica de ganhar dinheiro no mercado imobiliário. O problema é que nem sempre ganha-se dinheiro. A inadimplência nesse ramo é muito alta e em muitos casos é preciso receber o dinheiro na Justiça. O ponto mais delicado dessa questão é que muitos aposentados obtêm hoje sua renda basicamente com o aluguel de apenas um imóvel. E quase sempre o imóvel é residencial.

Seguindo a mesma regra para qualquer carteira de investimentos, a dica é diversificar. Nunca aposte todas as suas fichas no mesmo número. Aplicando esse conceito no mercado imobiliário, além de diminuir os riscos, é possível alavancar as suas receitas com os aluguéis. O segredo é um só. Ao invés de investir apenas num imóvel, é preferível possuir outras propriedades de menor valor.

Imóveis de alto padrão
Quanto mais elevado for o preço de um imóvel, teoricamente mais difícil será para vender ou alugá-lo. Imóveis de alto padrão apresentam uma liquidez mais baixa no mercado, sobretudo em função de sua complexidade. A regra diz que ter um apartamento de luxo para alugar representa um péssimo negócio. A vantagem é apenas para o inquilino, que chega a pagar um aluguel de até 0,4% sobre o valor do imóvel por mês.

Além disso, imóveis mais sofisticados exigem gastos ainda maiores com manutenção e ficam mais expostos a mudanças no gosto dos moradores. Quem aluga uma casa de 4 suítes certamente não vai gostar de ter uma cozinha ultrapassada, de banheiros com cores que não lhe agradam etc. Por outro lado, quem aluga uma casa simples de dois dormitórios, acaba sendo menos exigente e não se importa se o azulejo ou os armários não são os mais modernos que existem.

Para o locador, talvez seja mais fácil ter um inquilino ao invés de cinco. Lidar com vários locatários demanda muito tempo e dedicação dos proprietários, que são obrigados a resolver “pepinos” nos horários mais complicados. No entanto, quando um único inquilino deixa de pagar o aluguel, as conseqüências são muito mais graves. Muitas famílias dependem do recebimento do aluguel para pagar suas contas e passar o mês.

Moradias populares
No caso do investimento em vários imóveis, além da maior segurança contra a inadimplência, a vantagem é que o aluguel tende a ser proporcionalmente mais caro. Apartamentos populares costumam ser alugados em média por uma quantia entre 0,7 e 1,0% de seu valor. Ou seja, são muito mais lucrativos em comparação aos imóveis de luxo.

A maior dificuldade de aplicar em moradias simples é a localização dos imóveis. A principal dica para quem pretende ganhar dinheiro no mercado imobiliário, qualquer seja o tipo do imóvel, é ter um ótimo conhecimento sobre a região onde está sendo investido seu dinheiro. Nesse caso, o ideal é aplicar em bairros populares perto de sua casa, para facilitar a comunicação com os inquilinos e resolver eventuais problemas e analisar as transformações da região.

Outra dica importante é não concentrar todos os imóveis na mesma localização. Lembre-se que no Brasil, dentro da mesma cidade, regiões se valorizam e desvalorizam em poucos anos. Portanto, o melhor é investir em duas ou três regiões diferentes, para reduzir os riscos e maximizar o retorno de suas aplicações.

Escritórios

Escritórios
A estratégia de investir em imóveis comerciais, principalmente salas em grandes edifícios nos centros urbanos, não é tão nova assim. Já existe há algumas décadas. Trata-se de mais um tipo de diversificação na carteira de imóveis de um investidor. Nessa categoria ainda existem várias possibilidades para aplicar seu dinheiro. Algumas interessantes e outras, nem tanto.

Salas pequenas
Existe uma infinidade de profissionais liberais que ocupam pequenas salas comerciais em edifícios nas grandes cidades. São advogados, dentistas, acupunturistas e médicos que precisam de apenas alguns metros quadrados para atender seus clientes. Isso sem contar com as pequenas empresas. Eles são potenciais inquilinos, que não são muito protegidos pelas leis do inquilinato, o que torna a sua remoção mais fácil.

Além da maior flexibilidade nos contratos, os gastos com a manutenção são menores. Esse tipo de inquilino costuma dar menos trabalho aos proprietários. Como as salas têm espaço pequeno, o preço também é um fator positivo na hora de alugar. Os aluguéis são mais baratos e a velocidade de locação é maior. Não se esqueça que barato, aqui, significa o valor em termos absolutos. Em comparação a imóveis maiores e aos destinados a fins residenciais, o valor do aluguel é maior.

Mas o cenário não é tão favorável assim. O baixo preço das unidades, que favoreceu a aquisição dos imóveis por parte dos investidores também ajudou aqueles profissionais liberais, que acabaram comprando suas próprias salas. Esse fator, associado à proliferação de milhares de lançamentos imobiliários nos últimos 20 anos também prejudicou os proprietários de salas comerciais. Se já era difícil encontrar clientes para seus imóveis, os antigos donos de unidades comerciais começaram a concorrer com os novos investidores do mercado.

Para fins comerciais
Não estamos considerando em nosso guia as grandes salas comerciais, voltadas para grandes corporações que demandam espaços sofisticados em edifícios de luxo. Para adquirir uma unidade dessas é preciso ter uma quantia elevadíssima de dinheiro, o que explica a presença de grandes empresas nessa fatia do mercado imobiliário.

Por outro lado, outra opção para os investidores são os imóveis residenciais, que acabam sendo alugados com fins comerciais. A vantagem de ter uma empresa ou uma clínica dentro de sua casa é o valor do aluguel. Eles costumam ser bem mais elevados. Nesse caso, a localização desempenha um papel contrário em relação ao mercado residencial. Uma rua movimentada, com acesso ao transporte público, tudo que uma família não quer para morar, é ideal para a sede de uma empresa ou uma clínica médica.

Lembre-se que os imóveis comerciais são mais sensíveis à atividade econômica de uma cidade ou do país. Se a economia vai bem, mais empresas são abertas, mais pessoas são contratadas e o espaço demandado é maior. No entanto, se há uma recessão, o número de falências e demissões é maior, o que restringe as oportunidades para os proprietários de imóveis com fins comerciais.

Condomínio

Condomínio Fechado
A violência e a falta de qualidade de vida em São Paulo estimularam a criação de inúmeros condomínios fechados no entorno da cidade. As famílias arrumavam as malas e iam embora do município, buscando paz e tranqüilidade. O problema é que os pais ainda tinham que trabalhar no centro e eram obrigados a enfrentar longas distâncias na estrada. A população dos condomínios foi aumentando, até chegar num ponto dos congestionamentos das autopistas ficarem insuportáveis.

Esse problema foi em parte solucionado pela construção de marginais nas estradas, melhorando o trânsito, e pelo desenvolvimento urbano na região dos condomínios. Antigamente, somente para ir à padaria era preciso percorrer quilômetros. Hoje em dia já existem supermercados, escolas de qualidade, locadoras de vídeo e shopping centers exclusivamente para a população dos condomínios.

Uma vantagem dos condomínios horizontais sobre os edifícios de apartamentos é que a taxa costuma ser bem menor. Os condomínios de prédios tendem a ser bem mais caros. Ainda assim, se você está pensando em investir seu dinheiro num condomínio fechado, tome cuidado ao comprar um lote. Até a casa ficar pronta e você começar a receber o dinheiro do aluguel, as taxas de condomínio vão consumir uma parcela considerável das suas economias.

Além disso, dependendo da localização do condomínio, poderá haver pouca liquidez dos imóveis. Isso também vale para os aluguéis. Da mesma forma que nos edifícios de apartamentos, quando o imóvel está desocupado, o proprietário é obrigado a desembolsar muito dinheiro para cobrir as despesas do condomínio.

Condomínios Urbanos
Uma novidade para quem quer ter uma vida tranqüila, com os filhos brincando na rua e rodeados de áreas verdes, mas não abre mão de estar no meio da cidade, são os condomínios urbanos. Obviamente a maior parte deles se localiza fora da região central. Isso não significa que não há serviços de qualidade para servir os moradores. Em São Paulo, por exemplo, é cada vez maior o número de condomínios fechados na região Sul e Norte da capital.

Nesse caso, as taxas cobradas costumam ser ainda menores se comparadas aos grandes condomínios no entorno do município. Ainda menores são as taxas das “ruas fechadas”, bastante comuns em São Paulo e no Rio de Janeiro. A legislação atual em ambas cidades permite apenas o fechamento de ruas quando estas são sem saída.

Imóveis para lazer

Casas na praia e no campo: gasto ou investimento?
Pensar em imóveis de lazer como fonte de renda é um assunto delicado. Normalmente casas na praia ou no campo são gigantescas fontes de despesa. E na maioridade nas famílias, uma despesa sem lógica, já que esses imóveis são pouco utilizados. Não é preciso nem fazer cálculos complicados para chegar a conclusão de que imóveis para o lazer constituem um péssimo investimento. Mas toda regra tem a sua exceção.

Uma casa de praia precisa ser encarada como gasto, consumindo uma grande parcela do seu orçamento. Claro que ainda sim, muita gente não abre mão do luxo de ter uma casa em frente ao mar, mesmo usando apenas duas vezes por ano. Abaixo temos dicas para quem deseja manter uma casa no campo ou no litoral, sem, no entanto, comprometer demais o orçamento.

Pouco uso
O maior problema de um sítio ou de uma casa de veraneio são os altos custos com a manutenção. Gastos com limpeza, segurança, pequenas obras de reparos, piscina, jardim, sem contar com os impostos, as contas de água e luz e as taxas de condomínio, quando for o caso. Se você é daqueles que passa todos os fins-de-semana no litoral, faça chuva ou faça sol, mesmo com todas as despesas acima, os números não são tão alarmantes. Afinal de contas, o dinheiro está sendo bem gasto.

Mas antes de fechar contrato de compra de uma propriedade, é preciso levar em conta a quantidade de dias por ano que você e sua família irão utilizar a casa. Lembre-se que as praias saem do apogeu e entram em decadência em pouco tempo. É preciso ficar de olho no potencial construtivo da região e na sua respectiva infra-estrutura. Não é o caso, portanto, de um condomínio fechado, rodeado por uma reserva florestal e com praia praticamente deserta. As chances de haver um boom imobiliário são pequenas, não afetando na qualidade de vida da sua família.

Além desse fato, outro item que deve ser analisado é a estrutura etária de sua família. Se você já está aposentado, com os filhos criados e sem demais preocupações, talvez tenho chegado mesmo a hora de adquirir um imóvel no campo ou no litoral para aproveitar a vida. Mas se seus filhos ainda estão pequenos, o cuidado é maior. Pense que em alguns anos eles terão outras necessidades e não irão mais querer passar os fins-de-semana com os pais num sítio do interior.

Conforto de uma pousada
Para quem tem pouco tempo para fazer as malas e descansar na praia ou no sítio, o ideal é alugar de vez em quando uma casa no litoral ou no campo. Vai sair infinitamente mais barato. Fora que suas dores de cabeça com a manutenção do imóvel não irão existir. Outra possibilidade, um pouco mais cara, porém mais confortável é hospedar-se numa pousada. Essa regra é valida principalmente para casais que tem apenas alguns fins-de-semana para curtir o litoral.

Ganhos com aluguel
Mas vamos supor que você já possui uma casa no litoral ou na montanha, e anda usando o imóvel poucas vezes por ano. Principalmente durante a alta temporada, como o Ano Novo, o Carnaval e a Páscoa. Já pensou na idéia de alugar a sua propriedade? Nessas datas as diárias costumam ser elevadas, principalmente em praias badaladas. Tranque num armário com chave a louça mais cara, sua roupa de cama e objetos pessoais e anuncie. Mesmo com aquela dorzinha no coração, lembre-se que o dinheiro recebido será suficiente para cobrir pequenos estragos e ajudará principalmente naquelas enormes despesas de manutenção.

Valorização no longo prazo
Outra forma eficiente de ganhar dinheiro com seu imóvel de lazer, não tão simples assim, é a aquisição de propriedades em locais com alto potencial de valorização. Todo mundo conhece uma estória de uma casa simples, numa praia tranqüila, que virou alvo da especulação imobiliária e cujo terreno subiu de preço absurdamente em apenas cinco anos. Ou senão de famílias com chácaras que ganharam muito dinheiro com o aumento do perímetro urbano, e conseqüentemente, com o loteamento do terreno para a construção de dezenas de imóveis residenciais. São processos que demoram e nem sempre são fáceis de se prever.

Acontece normalmente o inverso. Perde-se mais dinheiro do que se ganha. Não se esqueça de que imóveis para o lazer são os ativos imobiliários com menor liquidez do mercado. Sempre que houver uma crise econômica no país ou quando você precisar levantar dinheiro dessa fonte, haverá uma grande dificuldade de encontrar interessados na sua oferta.

Terrenos

Terrenos
Quem compra um terreno está de olho em uma das duas coisas: na construção de uma casa ou na valorização da propriedade. Claro que uma coisa não exclui a outra. Existem investidores especializados apenas na especulação de terrenos. Comprar barato e vender caro é o tipo de negócio que eles realizam. E essa tarefa exige enorme dedicação com estudos e pesquisas de mercado, e anos de paciência.

Terrenos para construir
Se você está pensando em comprar um terreno para construir sua casa, não há muito espaço para especulação. Poderá haver valorização da propriedade em alguns (e isso deve ser levado em conta na hora de comprar o imóvel), mas o principal é analisar como é a situação atual do bairro onde se localiza o terreno. Se você não tem tempo e nem dinheiro para prever ganhos futuros, o importante é construir logo a sua casa.

Não se esqueça que terreno parado é dinheiro perdido (desconsiderando o potencial de valorização). Dificilmente é possível alugar o terreno, e existe o custo de oportunidade do capital. O dinheiro investido no imóvel poderia estar rendendo bem mais numa outra aplicação financeira. Nesse caso, vale mais concretizar a compra quando houver dinheiro para construir a sua casa. Com esse mesmo raciocínio, os maiores potenciais de valorização não estão nos bairros nobres e já consolidados, justamente onde você quer construir.

Terrenos para ganhar dinheiro
Como já foi dito, as maiores oportunidades do mercado estão fora dos locais nobres da cidade. É exatamente na periferia da cidade que estão os terrenos com maior potencial de valorização. E para entrar nesse tipo de negócio será preciso bastante paciência e sangue frio. Como aplicar na Bolsa, é preciso ter apetite pelo risco. E apesar de parecer o contrário, risco é o que não falta nessa atividade.

O maior deles é a invasão. Ter o seu terreno ocupado é um problema bastante sério enfrentado por proprietários de grandes lotes nas cidades brasileiras. A menos que você seja “muito bem relacionado” na região, será complicado remover as famílias da sua propriedade depois de instaladas.

Por outro lado, as chances de se ter ganhos com a valorização do terreno são altas. Com a melhoria dos transportes, tornando a região mais acessível e interligada com o centro, obras públicas que melhoram a qualidade de vida no local, e a construção de boas casas no entorno, há grande chance de valorização da sua propriedade.

Paralelamente ao processo de valorização, também é possível ter alguma fonte de renda com o terreno. Já reparou na enorme quantidade de estacionamentos em terrenos espalhados pelo país. Obviamente os aluguéis mais altos estão nas regiões nobres, carentes em vagas de estacionamento. Mas também é possível ganhar dinheiro com o aluguel para depósito de construtoras e ainda com antenas de operadoras de telefonia celular, por exemplo.

Poder público
Operar no mercado imobiliário exige que o investidor conheça bem toda a legislação do município. Essa tarefa implica em acompanhar todos os projetos em trâmite na Câmara dos Vereadores, com destaque para o Plano Diretor. É ele que definirá o rumo do espaço dentro da cidade. No Plano Diretor do município estão estabelecidas as regras para cada bairro da cidade e o tipo de construção que será feita em cada um deles.

Não se pode esquecer dos projetos de obras públicas, que têm um poder fantástico em valorizar imóveis. Uma avenida nova, larga e arborizada, pode aumentar infinitamente o preço de um terreno que se localiza no seu entorno. Também pode ocorrer o efeito oposto. A construção de um “elevado” tem um efeito devastador no local, expulsando a população de renda mais elevada e atraindo famílias de baixa renda.

Cuidados com a documentação – Índice

Usando seu FGTS
Se você optou pelo financiamento bancário para adquirir seu imóvel, um ponto positivo é que o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pode ser utilizado para amortizar uma parte razoável da dívida. Dessa forma as despesas com os juros irão diminuir, dando uma maior tranqüilidade para quitar o saldo devedor. O FGTS também pode ser usado para quem já tem um montante suficiente para adquirir o imóvel à vista. Nesse caso o saldo apenas serviria para completar a oferta de compra. De acordo com a Caixa Econômica Federal (CEF), todo trabalhador tem direito ao uso do FGTS na compra da casa própria. Para isso é preciso obedecer a apenas alguns pré-requisitos.

Condições para uso do FGTS
Você só poderá utilizar o saldo do seu FGTS na aquisição ou construção de um imóvel se trabalhou sob o regime do FGTS por pelo menos três anos consecutivos. Além disso, o interessado não poderá ser comprador ou proprietário de imóvel residencial concluído ou em construção nas seguintes situações:

  • situado no município onde trabalha, em regiões próximas ou na região metropolitana;
  • situado no município onde já possui residência.

Você também não poderá ser comprador ou proprietário de imóvel residencial concluído ou em construção financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), em qualquer parte do país. O imóvel ou terreno deverá estar localizado dentro do município onde você trabalha ou em um município próximo, porém dentro da região metropolitana.

Caso opte por adquirir um imóvel fora do seu município, será necessário que comprove a residência no local há pelo menos um ano. Não se esqueça de que os recursos do FGTS poderão ser utilizados somente para a instalação da sua casa própria, sendo vetado o uso nos seguintes casos:

  • aquisição de lotes e terrenos;
  • ampliação, reforma, melhoria de imóvel residencial ou realização de infra-estrutura;
  • aquisição de imóvel para a moradia de familiares, dependentes ou terceiros;
  • aquisição de imóvel para a instalação de estabelecimentos comerciais.

Por último, o imóvel será avaliado pela Caixa e não poderá exceder o valor total de R$ 300.000,00, tanto na compra do imóvel já concluído como na construção do mesmo.

Documentação necessária
Além de atender aos pré-requisitos necessários, os seguintes documentos do comprador, vendedor e do imóvel deverão ser apresentados.

Comprador:

  • Carteira de identidade – RG;
  • Cadastro de Pessoa Física – CPF;
  • Comprovação de estado civil;
  • Declaração do Imposto de Renda ou declaração onde conste que você é isento da entrega da Declaração do imposto;
  • Carteira de trabalho, original e cópia das páginas referentes à identificação, contrato de trabalho, opção pelo FGTS e PIS/PASEP;
  • Se for trabalhador avulso, deve apresentar declaração do sindicato da categoria profissional a qual pertence.

    Imóvel:

  • Planta baixa ou croqui com medidas;
  • Folha da cota única do IPTU;
  • Certidão atualizada de inteiro teor da matrícula do imóvel.

    Vendedor
    A documentação necessária varia se o vendedor for pessoa física ou pessoa jurídica.

  • Pessoa Física: Carteira de identidade (RG), Cadastro de Pessoa Física (CPF), Comprovação de Estado Civil;
  • Pessoa Jurídica: Contrato social e alterações, Estatuto Social – Ata de Eleição da última Diretoria publicados no diário oficial (companhia Ltda); Certidão negativa de Débito no INSS, Certificado de Regularidade do FGTS, Certidão Negativa de Tributos Federais e Cartão do CNPJ.

    Outros cuidados a serem tomados
    A documentação deve ser apresentada através de cópia legível acompanhada dos originais, ou em cópias autenticadas. No caso de casais, apresentar toda a relação dos documentados acima, juntamente com a certidão de casamento e, se for o caso, apresentar certidão de concubinato, declaração original de que a identidade do endereço decorre de uma união conjugal estável, de natureza familiar, pública e duradoura.

    Na aquisição de um imóvel fora do seu município, você deve comprovar que reside no local há pelo menos um ano, apresentando dois documentos originais e cópias, da seguinte relação:

  • Contrato de aluguel;
  • Contas de água, luz, telefone ou gás;
  • Recibos de condomínio;
  • Declaração do empregador ou do banco onde tenha conta corrente.

Leia mais sobre as documentações na seção InfoÚtil do canal de imóveis.

Fonte: Caixa Econômica Federal

 

Como comprar o imóvel

Quando financiar não é possível: consórcio, cooperativas e capitalização  
As constantes mudanças na política de crédito da Caixa Econômica Federal e as grandes dificuldades impostas por outras instituições financeiras ao analisar um pedido de financiamento têm levado milhares de brasileiros ao desespero. O sonho da casa própria fica cada vez mais longe. Muitos pensam que a saída é pagar aluguel pelo resto da vida.

Se você faz parte das pessoas que tiveram seus pedidos de financiamento negados, não é preciso desanimar. Existem outras modalidades de financiamento de imóveis que podem se encaixar melhor no seu orçamento. Abaixo discutimos algumas destas alternativas, como o consórcio de imóveis, os títulos de capitalização imobiliária e, por último, as cooperativas habitacionais.

Consórcio de imóveis
Para quem desconhece o sistema, ele funciona da mesma forma que o consórcio de automóveis: as pessoas que pretendem comprar um imóvel, mas não possuem dinheiro suficiente, se juntam de forma a comprar um apartamento por vez para uma delas. Cada mês que passa, um imóvel é comprado e um integrante do grupo é sorteado e beneficiado com o seu imóvel.

A grande desvantagem do consórcio reside no fato de que, ao contrário do financiamento, onde você tem a posse do bem imediatamente, você precisa esperar até ser sorteado. Portanto, o consórcio pode não ser recomendado para quem não pode esperar muito tempo para comprar a casa própria. Em contrapartida, você não paga juros, mas apenas uma taxa de administração, que varia entre 12% e 15% sobre o valor do imóvel, para a empresa que administra o grupo de consórcio.

Dependendo da administradora, também é cobrada uma taxa de fundo de reserva, que é destinada a formar uma proteção para evitar perdas aos consorciados em caso de desistências ou inadimplência de qualquer participante do consórcio. Por último, também é possível cobrar uma taxa de adesão, que nada mais é do que uma antecipação da taxa de administração e por isso mesmo deve ser deduzida das taxas de administração cobradas mensalmente.

Títulos de capitalização imobiliária
Os novos títulos funcionam como uma poupança programada em que o investidor faz depósitos mensais com o objetivo de comprar um imóvel. Contudo, ao contrário do que acontece com uma poupança programada normal, nos novos títulos também existe a possibilidade de sorteio mensal. Desta forma, todos os meses você deposita uma certa quantia que é corrigida pela poupança ou pela TR, ao mesmo tempo em que participa de sorteios.

Assim como nos consórcios, você tem direito a um sorteio mensal, de forma que se você for sorteado, é possível reduzir substancialmente o prazo de compra do imóvel. Nos novos títulos de capitalização o prazo máximo é de 120 meses, abaixo, portanto, do que acontece em alguns consórcios em que o prazo de duração pode chegar a 180 meses.

Assim como nos consórcios, a grande vantagem dos novos títulos frente aos financiamentos imobiliários reside na redução dos custos, já que você não paga juros. Nos novos títulos também não há cobrança de taxas, de forma que seu único custo são as prestações mensais, ajustadas somente a cada doze meses com base na variação do IGP-M.

O erro mais comum entre os interessados na casa própria é considerar que os títulos de capitalização são boas alternativas de investimento. Isso não é verdade. Você obteria ganhos muito maiores se aplicasse mensalmente o valor das prestações em um fundo de investimento. Se você não quer confiar na sorte, melhor mesmo é procurar aplicações financeiras mais rentáveis, que reduzirão seu prazo para a aquisição da casa própria.

Cooperativas habitacionais
Bastante conhecido pelas camadas baixas da população, o sistema de cooperativas habitacionais vem ganhando espaço na classe média e até mesmo em segmentos de alto poder aquisitivo no Brasil. O motivo do aumento das cooperativas nos últimos anos é a tentativa de fugir dos financiamentos e de intermediários, que costumam encarecer demasiadamente a aquisição da casa própria.

A ausência de juros e de incorporadoras é vista como uma vantagem pelos cooperados, porém é preciso analisar bem o negócio antes de partir para o empreendimento. Para formar uma cooperativa, basta juntar pelo menos 20 pessoas e dar início às obras. Deixado de lado o esquema burocrático, o modo de funcionamento das cooperativas habitacionais é relativamente simples. São os próprios membros que coordenam a obra e, portanto, são responsáveis pelo andamento e gerenciamento de toda a construção.

O sucesso de uma cooperativa está intimamente ligado à gestão do grupo, que em geral administra sozinho o empreendimento. Alguns deles chegam a contratar o serviço de um consultor para ajudar na administração financeira do negócio. Quanto maior o valor do imóvel, mais cuidado você deve ter ao assinar o contrato. E o nível socioeconômico dos participantes no Brasil só tem crescido. Algumas cooperativas possuem imóveis de até R$ 400 mil. Essa alternativa para a compra da casa própria, portanto, já deixou se ser vista como popular.

Investir seu dinheiro e comprar à vista
Também é possível aplicar mensalmente o valor das prestações do consórcio ou do título de capitalização em um fundo de investimento. Vamos assumir, por exemplo, que você não foi sorteado até o final do consórcio ou do prazo máximo do título de capitalização, isto é, teve que esperar 120 meses para receber seu imóvel.

Ao optar pelos títulos de capitalização você precisaria de 120 mensalidades de R$ 500 para poder resgatar o equivalente a R$ 66 mil. Por outro lado, se você aplicasse estes R$ 500 todos os meses a um ganho médio de 1,12%, rendimento após imposto de um fundo de renda fixa, poderia juntar o mesmo dinheiro em apenas 82 meses, quase três anos antes da data de resgate do seu título. Se aplicasse a mesma quantia por 120 meses então teria acumulado R$ 125.260, quase R$ 60 mil a mais do que obteria com o título de capitalização imobiliário.

Diante disto fica claro que uma alternativa bastante viável, mas que muitos deixam de lado em favor da pressa de realizar seu sonho é o de investir todos os meses para juntar um dinheiro suficiente para comprar sua casa à vista. O mais interessante é que a maioria das pessoas acredita que não consegue aplicar R$ 500 todos os meses, mas de alguma forma mantém o pagamento das prestações do consórcio ou do título de capitalização, correndo o risco de acabar tendo que sair do grupo e recebendo bem menos do que aplicaram no período.

Financiamentos Voltar
Comprar o primeiro imóvel é talvez a maior conquista na vida de uma família. Além da questão simbólica, a aquisição de uma casa envolve um enorme esforço material. Não é de uma hora para outra que as pessoas conseguem o dinheiro suficiente para a compra de um imóvel. Um simples apartamento pode consumir anos de economias de uma família classe média.

Para amenizar esse problema, existem os financiamentos imobiliários que agilizam a aquisição da casa própria. Trata-se de um empréstimo feito a uma família para que ela possa comprar um imóvel à vista. E como todo empréstimo, envolve assuntos complicados, relacionados à forma que o montante emprestado será devolvido ao banco.

Prestações
Num contrato de financiamento, há cláusulas que determinam o valor das prestações. A prestação é, portanto, a questão mais importante num financiamento imobiliário. Isso porque, dependendo de como ela é constituída, os valores podem crescer ou decrescer ao longo da quitação da dívida.

É preciso entender que todo empréstimo implica no pagamento de juros, que são uma espécie de “aluguel” sobre o dinheiro recebido. Como o dinheiro não é seu e você pode comprar sua casa à vista, será preciso pagar juros ao banco que estão embutidos dentro da prestação. Entender como funciona a dinâmica de um empréstimo bancário é fundamental para escolher seu tipo de financiamento e saber como está estruturada a sua dívida.

A prestação é dividida em amortização e juros. Amortização é o que está sendo devolvido ao banco pelo dinheiro emprestado. E os juros são aquele valor referente ao “aluguel” desse dinheiro. Lembre-se que você paga juros sobre o que ainda falta devolver ao banco, ou seja, sobre o saldo devedor.

Basicamente existem três tipos de financiamento no país. O SAC (Sistema de Amortização Constante), SACRE (Sistema de Amortização Crescente) e o Sistema Price. Entendendo brevemente como funcionam as três formas de financiamento, você terá as bases para escolher qual é a melhor opção para as condições financeiras de sua família.

  • Sistema Price
    O Sistema Price é, talvez, o mais popular em todo o mundo. Na Tabela Price, as prestações são fixas, os juros decrescentes e as amortizações crescentes. Imagine um financiamento em 10 parcelas. No primeiro mês, o devedor irá pagar um pequeno valor referente à amortização. A maior parte da prestação está relacionada ao pagamento dos juros.

    No segundo mês, a quantia referente aos juros é menor, uma vez que o saldo devedor diminuiu no pagamento da primeira parcela. Não se esqueça que o montante dos juros está ligado ao saldo devedor da dívida. Por outro lado, como as parcelas são fixas, é preciso aumentar o valor da amortização para compensar a diferença.

    No terceiro mês, os juros são ainda menores (o saldo devedor é cada vez menor também) e a quantia relacionada à amortização aumenta. No 10.o e último mês, o valor dos juros é bem pequeno, e por sua vez a quantia relacionada à amortização corresponde à maior parte da última prestação.

    Num país com histórico de altas taxas de inflação, a Tabela Price foi adaptada e foram adotados indexadores para reajustar as prestações em função do aumento dos preços. Em outras palavras, as prestações não são mais fixas e sim variam de acordo com a inflação. A TR, taxa referencial é uma das mais utilizadas. Trata-se de um indicador pós-fixado, divulgado após o fechamento do contrato de financiamento.

    A TR serve para reajustar as prestações e o saldo devedor. Se o devedor não tiver seu salário reajustado na mesma proporção de sua dívida, é provável que ele enfrente grandes dificuldades no futuro para quitar suas obrigações. A prestação da Tabela Price irá consumir uma parcela cada vez maior da sua renda se ele não tiver aumentos salariais no período. Essa é, portanto, a maior desvantagem do Sistema Price.

  • SAC
    O Sistema SAC, Sistema de Amortizações Constantes, como o próprio nome já diz, as amortizações são constantes. O que varia são os juros, e, naturalmente, as prestações, que vão diminuindo ao longo do financiamento.
  • SACRE
    O Sistema de Amortização Crescente é uma mistura do Sistema Price e do SAC. As prestações sobem durante um determinado intervalo de tempo, até chegar a um ponto, a partir do qual vão diminuindo. Nesse tipo de sistema há também reajuste pela TR, que na maior parte dos contratos substitui a correção monetária.

    O Sistema SACRE implica numa prestação inicial muito alta. Por outro lado, esse valor vai diminuindo, facilitando a vida financeira do devedor no longo prazo. As amortizações vão subindo, ao passo que os juros caem ao longo dos anos, uma vez que o saldo devedor diminui sempre. A vantagem das prestações decrescentes é que o risco de inadimplência, comparado ao Sistema Price, é infinitamente menor.

Pagar aluguel pode não ser um mau negócio</B< a> Voltar
Pagar aluguel sempre foi visto como “dinheiro jogado fora”, e a casa própria ainda é o sonho da vida da maioria das pessoas. E como a quantia para adquirir o primeiro imóvel é muito elevada, quase todas as famílias são obrigadas a buscar um financiamento bancário. Isso é tão normal no Brasil quando no resto do mundo. Afinal, não é de uma hora para outra que conseguimos juntar o dinheiro para comprar nossa casa à vista.

Comprar um imóvel, mesmo que financiado, proporciona um forte sentimento de conquista. Mesmo pagando juros ao banco, as pessoas sentem-se livres, uma vez que já não precisam mais pagar aluguel. E no final das contas o dinheiro gasto está sendo empregado na aquisição do imóvel. Sob esse ponto de vista, o financiamento torna-se uma coisa positiva.

Mas colocando tudo na ponta do lápis, pagar aluguel ainda pode ser mais vantajoso. Claro que não por muito tempo. Todo mundo precisa ter a aquisição de um imóvel entre seus objetivos materiais. Porém, antes de assinar contrato de um financiamento bancário, respire fundo e reflita sobre algumas questões.

Imóvel para o longo prazo
A maioria dos financiamentos oferece longos prazos para quitação da dívida. O horizonte varia de 10 a 20 anos. Sua situação familiar pode mudar bastante nesse período. Um casamento pode ocorrer, aparecem os filhos, os filhos crescem e aquele espaço ideal para sua época de solteiro acaba ficando apertado. Imagine que você contraiu um empréstimo há 5 anos e ainda faltam mais 15 para quitar as prestações. O que fazer?

Se você ainda é jovem e não sabe bem quais os rumos que tomarão sua vida nos próximos anos, a melhor opção é esperar. Não vale a pena mergulhar num financiamento ainda tão cedo. Procure um apartamento pequeno e pague aluguel. Lembre-se de que num financiamento você precisa pagar juros e quanto maior o valor financiado, maior será a quantia relacionada aos juros paga ao banco.

O melhor seria reservar todo mês uma parte do seu salário para poupar. Quando se trata da aquisição da casa própria, essa tarefa fica mais fácil. Em geral, para comprar um imóvel, que representa um sonho na vida das pessoas, há muita força de vontade e o volume poupado cresce rapidamente todos os meses. Deixe para financiar quando você tiver o bastante para dar uma entrada razoável e quando já tiver uma situação familiar mais definida. Prefira, portanto, financiar um apartamento um pouco maior.

Alugar pode sair mais barato
Mesmo considerando que sua família já está estabilizada, o financiamento pode sair bem mais caro em comparação ao aluguel. Façamos uma conta simples. Imagine que você deseja comprar um apartamento de R$ 100 mil. E para entrar num financiamento seja preciso uma entrada de 30%, que no caso você já acumulou, e o prazo para a quitação da dívida é de 240 meses, ou 20 anos. Se a taxa de juros cobrada pelo banco for de 1% ao mês, o valor das prestações será equivalente a R$ 770,76 ao mês.

Para alugar o mesmo apartamento, será preciso desembolsar um valor de R$ 600 aproximadamente (0,6% de R$ 100 mil). Supondo que você tenho decido continuar no aluguel e fazer uma poupança para comprar sua casa à vista, com a diferença entre o valor do financiamento e do aluguel da mesma propriedade, R$ 170,76 (R$ 770,76 – R$ 600,00), serão necessários 164 meses para acumular aqueles R$ 70 mil para comprar o imóvel à vista. Isso considerando uma aplicação que rende 1% ao mês. Ou seja, dessa forma, você compra sua casa aproximadamente seis anos antes em relação ao financiamento.

Mudando um pouco o foco dessa conta, aplicando os mesmos R$ 170,76 todos os meses durante os 20 anos que seriam necessários para quitar a dívida do financiamento, você teria no final o equivalente a R$ 168.925,24. O que estamos querendo dizer é que com essa estratégia de pagar aluguel e aplicar a diferença de valor no mercado financeiro, é possível adquirir um imóvel ainda melhor no final do período.

Essa mágica só é conseguida porque você fez com que os juros trabalhassem a seu favor e não em favor de uma instituição financeira. Ao optar pelo aluguel, você disse não ao financiamento e dessa forma não pagou juros ao banco, que nada mais é que um outro aluguel sobre o dinheiro que você teria recebido para comprar sua casa à vista. E como esse aluguel ao banco é bem mais caro, você acaba ganhando ao aplicar seu dinheiro.

Como juntar dinheiro para comprar sua casa Voltar
O maior desafio na vida de uma pessoa é a compra do primeiro imóvel. São anos de sacrifício, cortes de gastos e investimentos. Muita gente pensa que a única forma de poupar é entrando num financiamento. Quando o contrato com o banco é assinado, as pessoas se comprometem a pagar a dívida e fazer tudo que for possível para quitá-la. Afinal, os juros são elevados e não se pode brincar com essas coisas.

Na verdade, se ao invés de contrair uma dívida, as pessoas investissem esse dinheiro no mercado financeiro, os retornos seriam muito maiores. É preciso lembrar que dívida não é investimento. Numa dívida você é obrigado a pagar juros e num investimento quem recebe os juros é você. Uma situação completamente diferente.

Mas como começar a economizar dinheiro para comprar a casa própria? Aqui estão algumas dicas para auxiliá-lo nesse processo. Saiba que é possível fazer uma poupança para a casa própria e ainda continuar tendo uma vida boa. Seguindo algumas regrinhas você conseguir em pouco anos realizar o sonho da sua vida, e, o melhor de tudo, sem ter que comprometer grande parte da sua renda numa dívida que pode ser evitada.

Acabe com as dívidas
Financiar a compra de roupas, eletrodomésticos, presentes tornou-se um hábito muito forte entre os brasileiros. Comprar a prazo ficou mais fácil e é preciso muita força de vontade para sair de uma loja sem parcelar as compras no cartão ou entrar no crediário. O que muitos esquecem é que financiar as compras implica no pagamento de juros. Por mês, muitas famílias gastam mais de ¼ de sua renda com o pagamento dos juros* embutidos nas compras a prazo, sem de fato ter consciência disso.

Num país onde a inflação mal chega a 10% ao ano, os consumidores pagam mais de 10% ao mês para adquirir bens que não conseguem pagar à vista. Portanto, fuja do cartão de crédito e do cheque especial, e compre apenas se tiver o suficiente para pagar à vista. Crediários também podem não valer a pena, uma vez que com o dinheiro à vista, é possível conseguir um bom desconto e economizar nos juros pagos na compra a prazo.

Se você já está endividado, tente arcar com seus compromissos e acabar com as dívidas. Compromissos financeiros não pagos significam acúmulo de juros, que num determinado momento chegam a um patamar praticamente impagável. Tente negociar as taxas, prazos e lembre-se que o credor tem interesse em que você pague sua dívida e não o contrário.

Reservas de emergência
Num mundo de incertezas, imprevistos podem acontecer a qualquer momento. É por isso que você precisa ter economias guardadas. De uma hora para outra, empresas vão a falência, perdemos o emprego ou na pior das hipóteses, graves problemas podem acontecer na família. Para situações como estas, ter uma reserva de dinheiro aplicada acaba evitando a aquisição de novas dívidas.

Com dinheiro guardado é possível ficar longe do cheque especial e do cartão de crédito, e não contrair mais dívidas. Procure ter o suficiente para cobrir os gastos mensais de sua família por pelo menos 6 meses. Se sua família gasta todo mês o equivalente a R$ 2.500, um reserva de pelo menos R$ 15.000 é o ideal para conseguir encarar imprevistos que podem acontecer a qualquer momento.

Aplique bem seu dinheiro
Pagar aluguel pode não ser o pior negócio do mundo como muitos insistem em afirmar. Lembre-se de que os juros no Brasil ainda estão num patamar extremamente elevado e que quanto menor for o montante de um financiamento, melhor. Portanto, se você paga aluguel, não tenha tanta pressa para sair. Se for o caso, procure um imóvel mais simples e tente economizar mais dinheiro para dar uma entrada maior no financiamento.

Financiar mais de 50% de seu imóvel torna-se caro e arriscado, já que uma parte considerável de sua renda está sendo gasta com o pagamento das prestações. Pense que quanto menor for sua dívida, menor será o valor gasto com os juros. Espere um pouco mais e economize para aumentar o valor da entrada. Além disso, procure ajuda para investir seu dinheiro e maximizar o retorno de suas economias. Só desse jeito você conseguirá realizar seu sonho, sem ter que passar por grandes dificuldades financeiras.

*Mauro Halfeld, Seu imóvel – Como comprar bem, Ed. Fundamento

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